A respiração é uma função tão automática que raramente pensamos nela. No entanto, para muitas crianças, respirar pelo nariz não acontece como deveria. Quando o ar não consegue passar adequadamente pelas vias nasais, o organismo procura uma alternativa e a criança começa a respirar pela boca. Esta adaptação, embora pareça inofensiva, provoca uma série de alterações no corpo que podem interferir directamente no crescimento, no sono e no desenvolvimento global.
A Clínica Integrada Kids & Family Cristiane Martins, em Oliveira de Azeméis, acompanha diariamente crianças com estas queixas e oferece soluções completas para avaliação e tratamento para respiração oral, garantindo que cada criança recupera a forma natural e saudável de respirar.
O que é a respiração oral e porque acontece?
A respiração oral não é um hábito, mas sim um sinal de que existe alguma dificuldade em respirar pelo nariz. As causas mais comuns incluem rinite alérgica, adenoides aumentadas, amígdalas hipertróficas, inflamações crónicas do nariz e, em alguns casos, alterações estruturais como desvio do septo. Quando estas condições persistem ao longo do tempo, a criança adapta a sua postura, mantém a boca aberta e muda toda a dinâmica facial para conseguir captar ar.
Com o passar dos meses, esta adaptação cria padrões respiratórios errados, altera a forma do rosto e interfere com funções básicas como mastigar, engolir e dormir.
Como a respiração oral altera o desenvolvimento facial
O rosto infantil cresce de forma intensa durante os primeiros anos de vida. Quando a criança respira pela boca, a posição da língua muda, os lábios permanecem abertos e toda a musculatura da face trabalha de forma inadequada. O resultado deste esforço contínuo é um crescimento facial diferente do esperado. Muitas crianças desenvolvem um rosto mais comprido, o céu da boca torna-se mais estreito e mais alto, e os dentes começam a ocupar posições incorrectas.
Estas alterações também influenciam a forma como a criança mastiga e engole. Uma mastigação fraca leva a pouco estímulo para o desenvolvimento dos maxilares, e uma deglutição incorreta acrescenta mais tensão à língua e à musculatura facial. Ao contrário do que muitos pais imaginam, nada disto é passageiro. Quanto mais cedo houver avaliação e tratamento, melhor será a recuperação.
O impacto da respiração oral no sono da criança
O sono infantil é fundamental para o crescimento, para o desenvolvimento cerebral e para a regulação emocional. Quando uma criança respira pela boca, o seu sono tende a ser mais superficial. Muitas apresentam ronco, respiração ruidosa, boca aberta durante toda a noite e despertares frequentes. Algumas chegam a ter pequenas pausas respiratórias que passam despercebidas aos pais, mas que interrompem constantemente o descanso.
O grande problema é que o corpo só liberta a hormona do crescimento — GH — durante as fases mais profundas do sono. Se estas fases quase não acontecem, a produção hormonal diminui e o crescimento abranda. Esta relação está bem documentada em estudos científicos e explica porque algumas crianças, mesmo com boa alimentação, crescem mais devagar do que o esperado.
O que dizem os estudos sobre hormonas de crescimento
As investigações revelam que crianças com respiração oral apresentam níveis mais baixos de GH e também de outras hormonas essenciais, como GHRH, IGF-1 e IGFBP-3. Estas substâncias são fundamentais para a formação dos tecidos, para o ganho de altura e para o desenvolvimento adequado dos músculos e ossos.
Quando existe obstrução das vias aéreas superiores, estas hormonas deixam de ser libertadas na quantidade correcta. O corpo, preocupado em manter a respiração, desvia energia de outras funções importantes, e o crescimento acaba por ficar comprometido.
A recuperação é possível: o que acontece após o tratamento
A boa notícia é que a ciência também mostra que, quando o problema é identificado e tratado, a criança recupera rapidamente. Ao iniciar o tratamento para respiração oral, nota-se uma melhoria progressiva da qualidade do sono e um aumento gradual da energia ao longo do dia. O corpo volta a entrar nas fases profundas do sono e a libertar as hormonas necessárias.
Muitas crianças recuperam o ritmo normal de crescimento poucos meses após o tratamento. A altura aumenta, o peso estabiliza e a postura facial melhora. Em casos de adenoides ou amígdalas muito aumentadas, quando é indicada cirurgia, a resposta costuma ser ainda mais evidente.
Como funciona o tratamento respirador oral na Clínica Integrada Kids & Family Cristiane Martins
Na nossa clínica, o processo começa sempre com uma avaliação detalhada. Observamos as vias aéreas, o padrão respiratório, o sono, os hábitos orais e o comportamento da criança. Quando necessário, realiza-se exames como nasofibroscopia ou avaliação funcional da respiração.
O tratamento pode incluir medicação para controlo da rinite, terapia miofuncional para reeducação da respiração e da postura oral, acompanhamento com otorrinolaringologia e orientações personalizadas para hábitos diários. Em situações específicas, a cirurgia pode ser recomendada, especialmente quando as adenoides ou as amígdalas ocupam grande parte do espaço respiratório.
A reeducação respiratória é também uma etapa essencial. Mesmo quando a causa física é corrigida, a criança precisa reaprender a posicionar a língua, fechar os lábios e utilizar o nariz como principal via de respiração. Este passo garante que o problema não regressa com o tempo.
Como os pais podem identificar sinais de alerta
É importante observar o comportamento da criança durante o dia e durante o sono. Uma criança que dorme sempre de boca aberta, que ronca frequentemente, que apresenta olheiras constantes ou que tem dificuldade em mastigar merece uma avaliação mais detalhada. Se estes sinais persistirem mesmo quando a criança não está constipada, é muito provável que exista uma obstrução ou disfunção respiratória.
Quanto mais cedo procurar ajuda, maiores são as chances de recuperação completa, sem impacto prolongado no crescimento e no desenvolvimento facial.
Conclusão
Respirar pela boca não deve ser visto como algo normal ou passageiro. É um sinal importante de que a criança não está a receber ar suficiente pelo nariz e de que o organismo está a fazer ajustes para conseguir respirar. Estes ajustes, quando mantidos durante muito tempo, afectam o sono, o crescimento, a fala e até o comportamento.
Com o tratamento para respiração oral adequado, guiado por profissionais especializados, é possível corrigir o problema e devolver à criança um desenvolvimento saudável. A Clínica Integrada Kids & Family Cristiane Martins acompanha cada criança de forma individualizada, garantindo uma intervenção segura, eficaz e orientada para os melhores resultados.




